Sempre tenho renovado meus votos sobre o ano do Linux no desktop. E parece que dessa vez deu certo mesmo.
Sem nenhuma ligação com comunidades Linux ou software livre, o influenciador digital "PewDiePie", com milhões de seguidores, simplemente resolveu migrar e enaltecer o uso do Linux. E não pense que foi pouca coisa. O cara já meteu uma variante do archlinux com hyperland.
Simplesmente maravilhoso. Confira:
Se ainda existisse FISL, era certeza que o PewDiePie era o próximo keynote. Quem sabe não seja no FOSDEM?
Outro dia eu estava mexendo no meu perfil no KDE quando percebi a possibilidade de registrar as digitais pra fazer autenticação. Algo possível nos laptops da linha ThinkPad.
Configurei meus dois dedos indicadores e... nada. Simplesmente não funcionou.
Deixei isso pra lá. Afinal não era algo que eu queria tanto assim. Mas ficou aquele desgosto de ter falhado. E hoje eu resolvi pesquisar um pouco mais.
A dica pra resolver estava numa discussão do Linux Mint.
tl;dr: o daemon que cuida de tudo é o fingerd, que estava instalado.
Mas faltava rodar o comando pam-auth-update
e selecionar pra fazer a autenticação pelas digitais.
Feito isso, a autenticação passou a funcionar tanto pra desbloquear a interface gráfica quanto pro uso do sudo
.
E basta um ctrl+c
pra voltar pra usar a senha digitada pelo teclado.
Eu já tinha comentando que uso teclados da marca Keychron no artigo trabalhando de home-office - atualização de 2021 com teclado Keychron C1, mas o que eu não tinha descrito ainda é que acabei comprando mais de 1 teclado.
Como gostei bastante do teclado com switches brown, mais macios e menos barulhentos que o blue, eu queria experimentar os red. Encontrei uma promoção do modelo K1, wireless, por 70 USD. E com switches red. Só não tinha RGB e os switches eram fixos. Se eu comprasse somente os switches, uma vez que meu teclado C1 é swappable, eu gastaria 60 USD. Então por 10 USD a mais eu teria um teclado novo. E resolvi fechar a compra.
Quando fui apertar pra comprar... aparece uma promoção de um teclado C3 com switches red por 30 USD. A mão conçou, o escorpião no bolso não ficou feliz, mas fui lá e comprei esse outro teclado com a ideia de deixar ele no trabalho. E assim foram 100 USD em teclado que eu nem precisava. Mas isso fica pra outra estória.
Quando recebi os teclados novos, coloquei o K1 em casa e deixei o C3 no trabalho. Na época estava com um laptop da Apple. E tudo funcionava sem problemas.
O tempo passou, e as coisas mudaram. Mudei de emprego. E de laptop como consequência. Mas levei o C3 pra ficar no trabalho, de onde tirei essa foto. Só então percebi que a tecla de menu não funcionava no Linux. E fiquei sem funcionar uns 4 meses. Até que resolvi deixar de ser preguiçoso e corrigir. Achei o artigo abaixo que falava sobre esse teclado no Linux:
Que por sua vez apontava pra outro artigo:
Eu apliquei a solução proposta pra ter o programa pelo browser funcionando pra mapear as teclas.
❯ cat /etc/udev/rules.d/99-vial.rules
KERNEL=="hidraw*", SUBSYSTEM=="hidraw", ATTRS{idVendor}=="3434", ATTRS{idProduct}=="0430", M
ODE="0660", GROUP="users", TAG+="uaccess", TAG+="udev-acl"
Reiniciei o udev:
$ udevadm trigger
$ udevadm control --reload-rules
E o resultado ao reconectar o teclado:
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: usb 1-2.3: new full-speed USB device number 53 using xhci
_hcd
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: usb 1-2.3: New USB device found, idVendor=3434, idProduct
=0430, bcdDevice= 1.00
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: usb 1-2.3: New USB device strings: Mfr=1, Product=2, Seri
alNumber=0
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: usb 1-2.3: Product: Keychron C3 Pro
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: usb 1-2.3: Manufacturer: Keychron
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: input: Keychron Keychron C3 Pro as /devices/pci0000:00/00
00:00:14.0/usb1/1-2/1-2.3/1-2.3:1.0/0003:3434:0430.001E/input/input94
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: hid-generic 0003:3434:0430.001E: input,hidraw1: USB HID v
1.11 Keyboard [Keychron Keychron C3 Pro] on usb-0000:00:14.0-2.3/input0
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: hid-generic 0003:3434:0430.001F: hiddev0,hidraw2: USB HID
v1.11 Device [Keychron Keychron C3 Pro] on usb-0000:00:14.0-2.3/input1
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: input: Keychron Keychron C3 Pro Mouse as /devices/pci0000
:00/0000:00:14.0/usb1/1-2/1-2.3/1-2.3:1.2/0003:3434:0430.0020/input/input95
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: input: Keychron Keychron C3 Pro System Control as /device
s/pci0000:00/0000:00:14.0/usb1/1-2/1-2.3/1-2.3:1.2/0003:3434:0430.0020/input/input96
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: input: Keychron Keychron C3 Pro Consumer Control as /devi
ces/pci0000:00/0000:00:14.0/usb1/1-2/1-2.3/1-2.3:1.2/0003:3434:0430.0020/input/input97
Feb 13 13:37:47 silverhand kernel: input: Keychron Keychron C3 Pro Keyboard as /devices/pci0
000:00/0000:00:14.0/usb1/1-2/1-2.3/1-2.3:1.2/0003:3434:0430.0020/input/input98
Feb 13 13:37:47 thinkpadL14 kernel: hid-generic 0003:3434:0430.0020: input,hidraw3: USB HID v
1.11 Mouse [Keychron Keychron C3 Pro] on usb-0000:00:14.0-2.3/input2
Mas nada da tecla funcionar. Continuei lendo os posts até que achei esse aqui:
tl;dr: basicamente era só usar <Fn>+<Win/Ubuntu Key> pra voltar a ativar. Fácil assim. E agora tenho a tecla funcionando. E sim, eu coloquei um stickerzinho de Ubuntu em cima da tecla.
Acabei tendo problemas de memória no laptop de trabalho. Então resolvi aumentar o tamanho do swap. Ou melhor, adicionar um volume lógico no zfs pro swap.
Após uma pesquisa rápida, achei a forma e fazer isso. Sem grandes surpresas, extremamente fácil.
root@silverhand$ zfs create -V 64G \
-b (getconf PAGESIZE) \
-o compression=zstd-fast \
-o logbias=throughput \
-o sync=always -o primarycache=metadata \
-o secondarycache=none \
-o com.sun:auto-snapshot=false \
rpool/swap
root@silverhand$ mkswap /dev/zvol/rpool/swap
root@silverhand$ swapon /dev/zvol/rpool/swap
O resultado foi rápido e fácil. Com 32 GB de RAM eu não esperava precisar tanto assim de swap. Mas o chrome insiste em tomar toda memória livre possível.
Não necessariamente relacionado, mas fiz upgrade do meu laptop pro Ubuntu 24.10. Como também está com zfs, fiz snapshots de cada volume antes de atualizar. Então fica fácil voltar se algo der errado. Por enquanto parece estar funcionando como esperado. E devo escrever sobre isso em breve.
Quando comecei a aprender Linux e Unix, no século passado, esses dois livros eram meus referenciais sobre ferramentas pra usar. Unix Power Tools e Unix System Administration Handbook. Foram e continuam excelentes livros, mas as ferramentas passaram a ser muito melhores. A grande maioria re-escrita em rust ou em Go! pra maior velocidade e até mesmo segurança.
Eu usava uma ferramenta aqui e outra ali até ler um artigo sobre o assunto e depois achar uma boa referência no GitHub. O artigo que li no começo eu já não lembro e não tenho o link, mas as ferramentas eu fui pegando por essa referência aqui:
https://github.com/ibraheemdev/modern-unix
Então vou listar as ferramentas que uso atualmente. Pegue a pipoca e sente bem confortavelmente que são várias. Não existe ordem de preferência e eu geralmente não adoto duas ferramentas pra mesma coisa. Mostro aqui o que é de uso no dia à dia de trabalho.
Eu estou colocando o link pra cada uma na imagem, mas a grande maioria funciona pelo sistema de pacotes das distros. Dê uma olhada nisso antes de baixar do site.
Eu sinta uma pena muito grande de ver quem fica preso ao bash nos dias de hoje. Não me entenda mal se você é uma dessas pessoas: bash é excelente. Mas existem alternativas muito superiores. Uma delas é o fish. Eu ouvi falar pela primeira vez do fish através do Kov na mesa do Debian numa das edições do FISL. E confesso que achei... aquilo não era pra mim. Eu estava confortável no meu bash. Eu não poderia estar mais enganado.
Na segunda tentativa, eu me forcei a usar o fish por no mínimo 6 meses. E o que aconteceu? Não consigo mais ficar sem ele. É o meu shell de linha de comando em todo lugar. Eu ainda uso o bash pra scripts, mas pra linha de comando, fish shell.
Esse eu conheci mais recentemente por uma dica do Mastodon. Eu sinceramente não lembro quem recomendou, mas lembro de bastante gente elogiando. Testei e gostei. É um formatador de prompt. Ao invés de ficar configurando temas no shell, é só botar o starship pra carregar no login e tá pronto.
O bat é um substituto bem legal ao cat. É mais lento que o cat, mas traz ferramentas visuais com cores que facilitam olhar um arquivo. Isso te faz achar que a pequena lentidão pra ler o resultado vale o esforço, ou tempo.
Nota: por alguma motivo bizarro, no Ubuntu o binário instalado é batcat. Eu geralmente faço um link simbólico pra apenas bat.
Esse é um excelente substituto ao "top". Bem mais gráfico e colorido. Eu nem considero algo tão moderno assim porque uso já faz mais de 10 anos. Mas recentemente descobri que tem gente que não sabe de sua existência. Então fica aqui na lista registrado.
Um programa que subtitui o "df" pra ver o tamanho e uso de partições.
Usa o "du" pra ver qual o tamanho de arquivos e/o ou diretórios? Pois chegou sua evolução.
Esses são substitutos ao "ls". A sintaxe não é 100% compatível. Por exemplo "-tr" não funciona neles, mas você pode usar algo mais simples como "--sort=created". O programa começou como exa, que tem disponível no Ubuntu 24.04, mas no Archlinux passaram pra eza. Imagino que foi um fork porque o primeiro deve ter parado o desenvolvimento.
Ainda usa "ps" pra listar processos? E fica bolado que quando manda um "grep", o mesmo aparece na listagem? Pois o procs resolve esse problema.
O ripgrep, que apesar do nome tem como binário apenas "rg", é um excelente substituto do grep pra procurar em arquivos de determinado diretório. Ou diretórios. E bem mais rápido.
O glances é escrito em python. Legal, mas isso o torna lento pra iniciar. Mas depois que inicia, funciona bem. Ele é um melhoramento do "htop" com mais informação.
Se você mexe com kubernetes ou com arquivos json, jq é a ferramenta. Ajuda a filtrar e dá o resultado num formato colorido, o que ajuda a visualizar. E você pode construir filtros pros resultados. Existe uma outra ferramenta que é mais rápida, mas eu acabo usando o jq por causa da saída colorida (que ajuda demais).
Sabe aquele problema de ler manpage e não ter exemplos? O tldr resolve essa parte. Baixa exemplos do comando que quiser usar.
No Ubuntu o pacote chama-se fd-find. E instala o binário como fdfind. Eu renomeio pra fd, tal qual é no archlinux e no macOS. É um melhoramento do find. Mais rápido e mais fácil de usar.
Esse entra aqui como uma menção quase que honrosa porque atualmente eu já não uso mais. Ele é prático se você usar outro shell que não seja o fish, como bash ou zsh. Ele faz a busca no histórico ser de uma forma bem mais simples. Tal como já é por padrão no fish.
A imagem é do oh-my-zsh, que deixa o terminal mais bonitinho. O zsh mesmo não tem imagem na página do projeto. Se é que é um projeto.
O zsh é o padrão no macOS e eu resolvi experimentar por 6 meses na máquina que peguei no refresh da Ericsson. A vantagem do zsh é que é a mesma sintaxe do bash, então você reaproveita muita coisa. Agora sobre trocar zsh por bash... no final eu achei bem parecido. Existem algumas vantagens do zsh, mas no uso do dia à dia, pra mim pelo menos, não fez tanta diferença assim.
O Patola lembrou bem que existem comportamentos distintos entre bash e zsh.
Em bash:
patola@risadinha:/dados$ echo a | read b ; echo $b
patola@risadinha:/dados$
Em zsh:
[19:03] [9665] [patola@risadinha /dados]% echo a | read b ; echo $b
a
[19:03] [9666] [patola@risadinha /dados]%
O resultado é diferente porque a sintaxe é diferente. O bash tem right-side fork, o zsh tem left-side fork. Isso não é controverso. É uma diferença de sintaxe conhecida, explicada e verificável.
-- Patola
Essa não é bem uma dica pra quem mexe com kubernetes. Ao invés de ficar mandando "kubectl" pra tudo quanto é lado, o melhor é usar o k9s. Ele mostra de forma visual o seu cluster e namespace. E todos os atributos que consegue ver pelo "kubectl".
E assim terminamos o artigo. Se eu lembrar de mais alguma coisa que uso e esqueci, acrescento aqui.