No dia 13 de janeiro de 2012 eu resolvi experimentar um desses roteadores wireless que são vendidos no Dealextreme. O que mais me seduziu pra fazer isso foram dois fatores: preço (sempre barato) em torno de 70 reais e dizer que rodava o DD-WRT.
Então nessa data comprei o roteador WR3G01.
O roteador chegou exatamente dia 27 de junho do mesmo ano, praticamente 6 meses depois da compra. A entrega no Brasil foi rápida, quem atrasou tudo foi a receita federal. Mas não foi taxado já que a compra foi abaixo de 50 dólares.
Ao abrir o equipamento, foi uma grande decepção. Não pelo hardware, mas pelo software. É uma horrível interface escrita em pseudo-inglês com chinês.
E nada de carregar o DD-WRT ou Open-WRT facilmente, as versões alternativas de firmware de roteadores wireless que rodam puramente Linux. Pra conseguir tal façanha é necessário soldar os pinos de E/S serial na placa, conectar com um módulo de porta serial RS-232, e então habilitar um carregamento de firmware por tftp.
O Dealextreme já vende um kit para fazer esse tipo de aventura, como o "RS232 Serial Port To TTL Converter Module w/ Transmitting and Receiving Indicator - Blue", mas isso está longe do que sonhei, que era simplesmente realizar um upgrade via web GUI e carregar um firmware alternativo, como é feito pelo TP-Link 1043. Infelizmente na época da compra faltavam informações sobre isso.
Não existe interface de upgrade automática e somente uma informação de versão, que é 1.0.5.3. Conectando via telnet, é possível verificar a informação de revisão também, que dá mais algumas pistas sobre o equipamento.
Sem nenhuma outra informação. Buscando na Internet pelo número serial, modelo e versão de firmware, é possível encontrar referências como sendo um Widemac. O site é tão informativo quanto horário político.
O roteador tem acesso via telnet, mas as opções de comandos são extremamente limitadas:
Trying 192.168.0.1...
Connected to 192.168.0.1.
Escape character is '^]'.
Router login: admin
Password:
Welcome to Bococom Router Series
For detailed information, please check:
www.bococom.com
BusyBox v1.12.1 (2010-11-26 17:38:48 CST) built-in shell (msh)
Enter 'help' for a list of built-in commands.
# sh
Unknow command
# ls
Unknow command
# help
? ->Display help information.
help ->Display help information, same as '?' command.
clear ->Clear various talbes, type clear for help.
ping ->ping HOST, type ping for help.
traceroute ->route trace, type traceroute for help.
ipmac ->ip mac bind settings.
quit ->Close terminal session.
show ->Display various talbes information, type show for help.
restart_httpd ->Restart web server.
restore_defaults ->Restore the config to the default factory value.
run_ated ->Run ated for MS product.
O roteador funcionou pro básico que nada mais é que uma conexão WAN via DHCP com o Net Virtua, wireless interno com WPA2 e controle de acesso. Mas falta coisas mais avançadas como suporte à IPv6.
Tem também uma porta USB que eu esperava conseguir usar no Linux como NAS, conectando um HD externo, mas não deu certo com o firmware que veio por padrão.
Reza a lenda que vem com suporte para modems 3G nessa porta USB, mas não me dei o trabalho de testar.
Faz um pouco mais de uma ano desde a aquisição do netbook Dexnet N280 através da loja online da Saraiva. Na época em que escrevi sobre o mesmo por aqui, algumas pessoas me alertaram sobre o problema com as dobradiças da tela. Após pouco mais de 1 ano utilizando o netbook, e esses problemas começaram a dar as caras.
Não resta muito o que fazer uma vez que o problema parece ser por desgaste do material (não pelo uso contínuo, mas pela baixa qualidade), então estou procurando a nota fiscal para notificar o fabricante e solicitar reparo do equipamento. Eu só não lembro se a garantia era de mais de 1 ano. Se não for, só me resta chorar...
Muitos dos seguidores no Twitter já sabiam, mas recentemente comprei um Mini Note Dexnet N280 na Saraiva. Uma das minhas preocupações era em relação à falta de referências sobre o mesmo. Mas o preço baixo e tentador superou minhas dúvidas. Enfim comprei o super-netbook, mas não para mim: pra uso da patroa :-).
Aqui segue então uma descrição do mesmo, para os que também estiverem considerando comprar um desses.
É um computador portátil que fica no meio termo entre um Netbook e um Notebook, sendo descrito como um "Mini Notebook". Mas eu diria que está mais pra um "Maxi Netbook", ou um Netbook vitaminado. Vem com uma confortável tela de 12.1 polegadas, muito clara e agradável, 2 GB de RAM, e 320 GB de disco. E processador ARM de 1.6 GHz dual core. O baixo consumo permite a ausência da famigerada "ventoinha", que faz o barulho chato de tempos em tempos. Isso tudo contribui em muito no peso dele: nem parece ter 1KG (1,3 KG descrito no manual).
É bem servida nos quesitos básicos de máquina, mas padece nos periféricos, aliás, sintoma de Netbooks em geral. Não tem unidade de CD/DVD. Somente duas portas USB e saida de som, sem entrada pra microfone. Mas vem com uma webcam embutida e uma porta HDMI. Isso mesmo: HDMI. Essa opção que fez diferença na escolha do equipamento. Mas não tem suporte à bluetooth... Tem também uma porta ethernet, que não testei, e placa wireless. E Linux instalado.
O equipamento tem boa apresentação externa, não aparentando ser um equipamento de segunda categoria, típico de produtos de mais baixo custo.
Eu não removi o plástico que envolve tanto a tampa quanto a tela para ter uma maior durabilidade do mesmo. Mas eventualmente isso deve sair.
A primeira coisa bizarra encontrada foi o teclado, que apesar de ser mencionado como ABNT-2, é na verdade um modelo português de Portugal, com as teclas como "/", "|" ou "-" em lugares estranhos. Mas tem o "ç".
O sistema operacional, que mencionarei mais adiante, não veio com o teclado configurado corretamente, mas uma tentativa-e-erro foi suficiente pra corrigir. Fora o teclado em modo bizarro, e descrito erroneamente - o que permite retorno do produto pela descrição incorreta, as teclas são muito pequenas. Pra quem já tem um Netbook e está acostumado, não sentirá problemas. Pra mim foi uma experiência bem ruim. O tempo todo digitei comandos errados por apertar duas teclas simultaneamente. Lembrei-me da cena de Ben Grimm, quando se torna o "Coisa" no filme do Quarteto Fantástico, e tenta usar um telefone público, destruindo as teclas. Se o computador fosse cor de rosa, eu seria exatamente um ogro no notebook da Barbie.
A saída de som, porta USB secundária e HDMI ficam numa parte embutida do note. Isso torna a aparência dos mesmos muito elegante, pois não ficam expostos quando não estão em uso.
Na caixa vieram mais alguns items, como o cabo de força no padrão novo (e que não tem tomada em casa), um manual, um certificado de garantia e um CD.
O cabo de força foi abandonado já que eu tinha sobrando um outro pelas redondezas. E no padrão das tomadas de casa: padrão americano.
Aliás diga-se de passagem que malditos sejam o pessoal da ABNT, Associação Brasileira de Normas Traduzidas, por não ter se pronunciado por anos sobre o padrão de tomadas, e agora definir um que não é compatível com o que já estava em uso.
O manual não apresenta muita novidade, mas coloca uma descrição geral do equipamento. Não foge muito da falta de informação presente no site da Saraiva.
Já o CD que acompanha o produto é um enigma. Além da cara de ordinário, não tem conteúdo legível. Não sei o que veio nele, nem encontrei referências. Ao menos podiam mandar um CD regravável pra ser mais útil.
A fonte de alimentação é bem leve, mas também tem cara de produto de segunda. Bem ordinário (na aparência) e com 300 W de potência. Mas é a única peça de equipamento que realmente deixa à desejar, não combinando com o restante. Mas me refiro ao equipamento. A fonte de alimentação combina em muito com o CD que veio junto.
Em relação ao sistema operacional, é um Linux que nunca tinha ouvido falar: Keep-OS. Buscando no Google, encontrei o site de referência como "http://www.keepsoftware.com". Eu achei que era um site de Linux chinẽs, mas fui supreendido com um puro produto brazuca.
E imaginei que era chinês pela baixa qualidade de acabamento. Além do teclado, que estava configurado errado, várias outras coisas estavam com aparência ruim. Tanto que inicialmente achei que estava configurado com KDE, mas o sistema é Gnome. Mexendo um pouco, pude ver que é baseado em Debian. Tanto que não tem Firefox, mas o Iceweasel, que é uma versão de Firefox mas que teve de ter o nome mudado (veja mais no site do BR-Linux).
É um Debian Sid, baseado no Squeeze. Veio com a tela sem as configurações pra suavizar as fontes, por isso estava com a aparência tosca. Uma mexida rápida no "Aparẽncia" do Gnome foi suficiente pra corrigir isso. Também mudei o tema para outro, com visual mais clean. Isso tudo deu uma boa renovada no sistema. Engraçado que até os ícones mudaram. A placa de vídeo é Intel, o que garante uma boa qualidade de imagem. Pela rápida olhada no sistema, tudo parece estar bem integrado, permitindo assistir vídeos, sites em flash e coisas que em geral são chatas de configurar no Linux sem mexer em nada.
Outra coisa ruim é em relação aos botões, como para iniciar e, principalmente, parar a rede wireless. É possível fazer isso utilizando a tecla de função, "fn", combinada com uma das teclas "F" mas não tem nada externo pra isso. É uma opção ruim pra quem usa muito avião, pois será necessário desligar o wireless com o equipamento ligado. A mesma coisa pra som.
Enfim parece um bom equipamento. Não é um supra-sumo, mas está bem acima dos Netbooks. Gostaria somente que tivesse vindo com teclado ABNT-2 mesmo e, claro, com bluetooth que faz uma certa falta justamente em máquinas que não tem leitor de CD/DVD.
Pra quem quer apenas visitar sites, olhar Youtube, e ver alguns vídeos é ideal. Pra quem utiliza muito o teclado, escrevendo resenhas, ou em blogs, eu recomendo um equipamento com teclado maior e mais confortável. Ainda mais se for estilo ogro, como eu.
Na minha última viagem ao exterior, mais de 1 ano atrás, bem antes de qualquer palavra parecida com "crise" surgir na mídia, adquiri um Wireless router WGR614 v7 da Netgear.
Funciona a contento, como a grande maioria dos produtos desse tipo, mas tem um grande ponto negativo: a falta de interfaces telnet e snmp para comandos e monitoramento.
Como precisava ter uma idéia do meu tráfego de rede, resolvi fazer um script para ser usando com o MRTG. Escrito em perl, precisa do navegador via texto "lynx" para buscar os dados:
|
O programa, chamado "WGR614v7_traffic.pl", exige como argumento as opções WAN, LAN ou WLAN.
Para o MRTG, adicione uma entrada como:
Target[wan]: `/home/helio/bin/WGR614v7_traffic.pl WAN`
MaxBytes[wan]: 1000000
Title[wan]: WAN packets traffic at WGR614v7
PageTop[wan]:
<h1>WAN packets traffic at WGR614v7</h1>
<table>
<tbody>
<tr>
<td>System:</td>
<td>WGR614v7</td>
</tr>
<tr>
<td>Maintainer:</td>
<td>Helio Loureiro</td>
</tr>
<tr>
<td>Interface:</td>
<td>wan traffic</td>
</tr>
<tr>
<td>IP:</td>
<td>none</td>
</tr>
<tr>
<td>Max wan traffic:</td>
<td>2 Mbps</td>
</tr>
</tbody>
</table>
YLegend[wan]: Packets/sec
ShortLegend[wan]: Pkts
Infelizmente o dados fornecido está em packets/second. Como não tenho a mínima idéia de qual packet size está sendo usado... fica um dado meio perdido. Também notei, via MRTG, que os dados não são tão precisos assim: as entrada e saída tem quase os mesmos valores, o que não dever ser verdade. Mas ao menos tenho alguma idéia do meu tráfego.
Compro ou não compro?
O preço é atrativo e aparentemente funciona com Linux:
Mas será que realmente funciona? E com FreeBSD? Mesmo assim, o preço é muito tentador.