Brincando com meu antigo companheiro de consultorias, o iBook xuxu, comecei a quebrar a cabeça para fazer rodar um programa, um script, direto via interface gráfica, simplesmente com um clique. Acabei encontrando a linguagem, mais que natural, do Applescript. A linguagem é tão fácil que algumas coisas óbvias ficam difíceis.
Para criar shell scripts (ou inicialização de algum aplicativo java, como era meu caso), basta o código:
do shell script "/patch/script.sh"
Encontrei na net outro trecho de código simplesmente hilário...
say "Dum dum dum dum dum dum dum he he he ho ho ho fa lah lah lah lah lah lah fa lah full hoo hoo hoo" using "Cellos"
Para quem quiser descobrir mais, aqui segue o manual:
Nesse fim de semana resolvi encarar um desafio diferente. Como disse Miod Vallat, em seu artigo que descreve a aventura no novo port do OpenBSD para a arquitetura AViiONs, acabei tendo a chance de ter mais tempo disponível do que eu esperava. Como não sabia muito bem o que fazer com todo esse tempo disponível, assim como o Miod mas dentro de meu nível de mediocridade (quem sou eu para tentar qualquer port de arquitetura), resolvi experimentar outros sabores de Unix em meu laptop, meu iBook 500, um Macintosh. Como o Linux, utilizando o kernel 2.6.15, continuava com os problemas de alocação de memória, resolvi testar os BSDs quando vi o anúncio do FreeBSD 6.1.
De cara descobri que o FreeBSD não suportava a arquitetura powerpc. Apesar de estar descrito no anúncio do release, não foi gerado um cd instalável para versão 6.1, somente 6.0. A versão 6.0 eu já tinha testado na época de seu lançamento. O sistema chega a dar boot, mas para logo após o reconhecimento de hardware. Não busquei muitas alternativas para tentar finalizar a instalação.
Então apontei meus esforços sobre o NetBSD e o OpenBSD.
Baixei todo o release do OpenBSD 3.9 com o wget e armazenei num diretório para instalação. No documento de INSTALL, há uma explicação sobre os procedimentos, principalmente para quem não tem os cds originais. Existe um pequeno iso para dar o boot e iniciar a instalação. Fiz isso e fui brindado com a tela do OpenBSD, com os caracteres em branco e fundo azul (com preto). A instalação ocorreu como na plataforma PC, rápido, fácil e com várias dicas e explicações. Ao final, o sistema retornou ao prompt do OpenBOOT do iBook, já que não estava tão automático assim. Precisei usar um:
boot hd:,ofwboot /bsd
para conseguir dar o boot no disco. De cara já percebi uma grande diferença em relação ao Linux: lentidão. Os caracteres de boot correram de forma muito mais lenta. Não desanimei e iniciei o ambiente gráfico. O mesmo tinha sido configurado corretamente graças ao Xorg, mas novamente percebi a lentidão do sistema. Continuei e iniciei a instalação dos pacotes para deixar o sistema igual ao que tinha anteriormente, com KDE, OpenOffice, etc. Como não queria utilizar o sistema de ports, que demora muito, usei o pkg_add, configurando somente a variável de ambiente para buscar os pacotes no repositório que eu desejava, no caso foi o ftp://ftp.das.ufsc.br/pub/OpenBSD/3.9/powerpc/ . Mas o que realmente me fez desistir foi o passo seguinte, enquanto o sistema instalava o restante dos pacotes. Descobri que as teclas <Ctrl> e <Alt> não tinham sido mapeadas, o que matava o uso do demais consoles, mas deixei isso para depois para configurar via xmodmap. Resolvi então recuperar o backup do sistema, que fiz ante de apagar tudo. Foi aí que a coisa ficou muito ruim. Enquanto o uso do disco foi intensivo, perdi a resposta do sistema. Simplesmente parada. Tive de esperar até o final da recuperação dos 3,5 GB de backup para retomar o controle. Como isso seria um ponto muito negativo e impactante em meu trabalho, resolvi para a experiência do OpenBSD por ali mesmo e partir para outra tentativa.
Durante o tempo que baixei o OpenBSD já iniciei também o download do NetBSD, release 3.0 para macppc, mas ao invés de utilizar o wget em ftp, utilizei o método de bittorrent, que funciona muito mais rápido. Primeiramente o boot já não funcionou (basta precionar a tecla "C" durante a inicialização do laptop, quando toca o sinal de boot). Fui forçado a utilizar o seguinte comando:
boot cd:,\ofwboot.xcf netbsd.macppc
O sistema inicializou com uma interface em caractér de uma forma mais rápida que o OpenBSD, o que me trouxe um certo alívio em minha escolha. A instalação do NetBSD é em modo texto, mas ao contrário do OpenBSD, muito mais intuitiva, por meio de menus. Segui com o particionamento do disco e instalação do sistema sem problemas. Rebootei para iniciar o novo sistema em disco e... nada. A partição de boot, onde o ofwboot.xcf estaria, não foi encontrada. Tentei buscar o mesmo no disco para inicializar manualmente e... não encontrei. Na instalação do OpenBSD, recebi uma mensagem clara de que isso estava ocorrendo, mas não vi nada na instalação do NetBSD. Busquei na documentação algo relativo a isso e também não encontrei nada que pudesse utilizar. Dei boot via cd no modo "Shell" e tentei encontrar alguma maneira de corrigir o sistema. Não consegui achar a maneira correta e, frustrado, desisti.
Peguei novamente meu cd do Ubuntu para ppc (ou powerpc) e refiz a instalação, que ocorreu muito mais facilmente que os BSDs (ponto positivo, admito). Voltei ao sistema "Brezzy", o corrente, uma vez que utilizava uma versão *testing* do próximo release, "Drapper". Terminada a instalação, que levou umas 10 vezes mais tempo, eu já tinha o sistema utilizável, com ambiente gráfico e tudo mais. Realmente algo a se pensar no quesito usabilidade. Quanto ao gerenciamento de memória, deixei isso pra lá, afinal só a aventura por vários sistemas operacionais que isso me proporcionou, já valeu a pena.