Já faz tempo que estou querendo escrever um pouco sobre o pf-kernel e acho que finalmente chegou esse momento.  Talvez a idéia dramática de fatalidade, derivado do fato de que estou assistindo o filme 2012, tenha me levado a escrever sobre isso logo.

Sempre existiram variações do kernel do Linux, desde seu surgimento.  As versões de Andrew Morton eram famosas por incluir algumas vantagens como melhor preempção e gerenciamento de memória se comparado com o kernel padrão, por exemplo.  Mas isso era no passado.  Nos tempos atuais de Linux, alguns kernels modificados para melhoria de resposta em tempo real são os mais famosos, justamente por existir dentro de distribuições como Debian e Ubuntu, bastando usar o gerenciador de pacotes para instalar e testar.  Nesse panorama, sem muito alarde, surgiu um novo fork do kernel Linux: o pf-kernel.

Site do pf-kernel

pf-kernel no GITHUB

Apesar da associação de pf-kernel com o packetfilter dos BSDs, na verdade o pf é uma referência ao apelido do autor, post-factum.  O pf-kernel é um kernel padrão Linux modificado da seguinte forma:

  1. [m] atualizações do kernel padrão
  2. [t] BLD: técnica de distribuição de carga pro kernel Linux
  3. [w] BFS: Brain Fuck Scheduler - escalonador de baixa latência
  4. [m] BFQ: Budget Fair Queue I/O scheduler - escalonador de E/S
  5. [m] TuxOnIce - sistema de hibernação
  6. [m] UKSM - suporte à deduplicação de dados

A maioria são patches para melhorar o tempo de resposta do sistema (preempção), mas não somente com alteração no escalonador, mas por melhorias inclusive nas respostas de I/O, além de TuxOnIce, uma forma nova hibernar o Linux, com várias vantagens em relação ao sistema padrão, como o retorno mais rápido.  Infelizmente no meu caso tive problemas do TuxOnIce com o meu filesystem, XFS.  Mas de resto, gostei de usar o pf-3.2, ficando com uptime além de 100 dias graças a ele. Eu não conhecia o pf-kernel, só tinha ouvido falar por cima, mas uma sugestão no twitter, do @cleitonflima, me fez experimentar e gostar muito dessa árvore de kernel.  Posteriormente encontrei um artigo sobre o mesmo:

Fazendo o pinguim voar: o pf-kernel

Apesar da riqueza de dados sobre pf-kernel nesse artigo, não há tanta informação assim sobre o mesmo.  Então não consegui confirmar o que o artigo diz sobre os patches, além das informações que cada patch já traz.  Aliás as melhorias, no meu processador Intel Core I3, só foram percebidas com carga alta, ou seja, load average acima de 4.  Abaixo disso, que é o normal do sistema, não percebi nenhum ganho.  Mas com o sistema sobrecarregado, consegui continuar ouvido música sem interrupções, o que não acontece com o kernel padrão.

E fui brindado com um kernel mais estável que o kernel padrão também.  Tive problemas com o kernel 3.2.0, e com o pf-kernel-3.2.5, mas a versão pf-kernel-3.2.7 funcionou muito bem (com exceção do problema do filesystem XFS).  Agora estou criando coragem pra compilar uma versão mais recente do pf-kernel, que suporte mais de 100 dias de uptime, mas não acho que terei problemas.

Pra quem tem uma máquina mais antiga, da geração Core Duo ou até anterior, é bem provável que os benefícios do pf-kernel sejam mais bem notados.  Para agraciados donos de CPUs mais modernas, como a última geração dos Core-i7, talvez nem seja perceptível, mas é sempre interessante testar as alternativa ao kernel padrão e saber que elas existem.

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