O Debian Jessie, última versão estável do sistema operacional universal Debian, foi lançado a quase 1 ano. Somente agora criei coragem de fazer o upgrade. Estava rodando Wheezy, a versão anterior que entrou em LTS (Long Term Support ou suporte estendido), que atendia bem o site mas, sempre existe um mas, descobri alguns problemas de limitação do kernel com o greyd.
Alguns sites não estavam sendo marcados corretamente com ipset. Como o greyd foi criado pra versões mais recentes de kernel (Wheezy rodava com um linux-3.2), a opção era desativar o greyd ou atualizar o sistema. Então vamos atualizar!
Sem ajuda dos trus La_Sombra e Rootsh nada disso seria possível. Foi um trabalho de garimpo no passado pra achar como conectar na VM e quem ainda tinha a chave de conexão. Culpa disso pela estabilidade do sistema. Obrigado Debian!
Eu já tinha feito o upgrade do Ubuntu LTS, de 14.04 pro 16.04, e esperava alguns problemas que seriam corrigidos com reboot e uns "apt-get -f install", então o acesso ao console era essencial. Parte dessa espectativa era também o motivo pra ter postergado esse upgrade. systemd é algo que ainda me dói no alma.
Pra fazer o upgrade? Do bom e velho jeito do Debian: primeiramente deixando atualizado na versão corrente, Wheezy
# cd /etc/apt # apt-get update && apt-get upgrade
Em seguida mover a versão pra Jessie e continuar com upgrade.
# cp sources.list sources.list.wheezy # cat sources.list.wheezy | sed "s/wheezy/jessie/" > sources.list # apt-get update # apt-get dist-upgrade
Pronto. É isso. Fácil assim.
Foram uns 500 MB de download, uma vez que é um servidor e roda só o necessário, um reboot e... saiu funcionando de primeira! Eu achando que o systemd ia encrencar com alguma coisa e... nada! Claro que nem tudo foi tão bem assim. Precisei arrumar algumas configurações do servidor web, assim como do mail, mas muita coisa saiu funcionando sem mexer. Ainda estou com problemas com o dovecot, mas nada que force uma volta ao Wheezy pra corrigir.
Parabéns à equipe do Debian por um sistema tão afinado e redondo assim. Continua sendo minha distro preferida.
Por uma coincidência incrível, daquelas que ocorrem a cada alinhamento de planetas ou algo do gênero, assisti ontem a palestra do John Maddog Hall na campus party 7 cujo nome é esse do texto: fique rico com software livre. É o tipo de assunto que gosto de accompanhar, mas eu tinha baixado a palestra pra assistir e tinha esquecido completamente. Eis que o wifi estava ruim ontem, Netflix não funcionando, Internet intermitente e... sim, resolvi vasculhar o HD pra ver se tinha algo que eu pudesse ler ou assistir. Incrível o poder de abandonar coisas interessantes conforme a capacidade do HD aumenta...
Em várias listas e grupos que participo existe uma noção errada, e até um pouco ingênua, de que software livre é o que basta pro negócio dar certo. Que com software livre já existe uma vantagem competitiva. Nessa apresentação do Maddog, que está em inglês, ele toca nesse ponto. Eu peguei algumas partes pra comentar.
Esse primeiro slide é bem interessante. Ele comenta sobre as liberdades que definem um software como livre. E coloca bem claro na parte de baixo: ninguém disse que não devia fazer dinheiro escrevendo software livre. Sim, software livre pode ser vendido. Pode-se ganhar dinheiro com ele. Já comentei algumas vezes em sobre a 5a liberdade que criaram - mais acirramente no Brasil - onde transformar software livre em dinheiro virou algum tipo de pecado. Não é.
Business as usual. Software livre significou uma quebra de paradigma na forma de fazer software, mas não na de fazer negócios. Para ganhar dinheiro com software livre é preciso conhecer seu mercado, seus concorrentes, seu produto, seus consumidores, enfim tratar como outro negócio qualquer. Não existe mágica com software livre. Software é software e negócios são negócios.
O por qual motivo as pessoas escrevem software livre? São inumeradas as razões, que diferem em muito do software proprietário, onde somente um modelo de negócios existe. Mas não acredite que software livre é feito somente por hobbistas. Grandes empresas já fazem ou contribuem com a maioria dos projetos de software livre. Em termos de negócios, abrir seu software como livre pode não trazer um benefício direto. Pode ajudar na correção de bugs e adição de melhorias, mas não necessariamente no negócio em si (software livre não é vantagem competitiva, lembra?).
E alguém pagaria pra ter um software livre? Sim! Maddog inumera alguma das razões. A maior dela é usar o software livre pra atender mais rapidamente alguma necessidade da empresa. Então essa empresa com certeza pagaria o desenvolvedor, ou que se quiser manter o software, pra adicionar uma melhoria. Ou mesmo criar um fork.
São consideradas outras facetas do software livre como negócio, mas não vou comentar uma por uma pois o melhor é assistir a palestra por inteiro. Apenas lembre-se que é possível ganhar dinheiro com software livre, mas isso não significa que software livre seja uma vantagem competitiva pro negócio.
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