XGH é uma das coisas mais genias que surgiu nos últimos tempos, descrevendo a estupidez que se aplica em métodos ágeis, mas que reflete bem o ambiente corporativo.  Infelizmente o site foi abandonado e seu conteúdo, apagado.

Mas com a ajuda do wayback machine, consegui resgatar o conteúdo, e estou replicando aqui, para que fique imortalizado na Internet.

Afinal, quem aqui nunca praticou XGH?

Fonte: http://gohorseprocess.wordpress.com/extreme-go-horse-xgh/

Wayback: http://web.archive.org/web/20100404033640/http://gohorseprocess.wordpress.com/extreme-go-horse-xgh/

 

eXtreme Go Horse (XGH)

1- Pensou, não é XGH.

XGH não pensa, faz a primeira coisa que vem à mente. Não existe segunda opção, a única opção é a mais rápida.

2- Existem 3 formas de se resolver um problema, a correta, a errada e a XGH, que é igual à errada, só que mais rápida.

XGH é mais rápido que qualquer metodologia de desenvolvimento de software que você conhece (Vide Axioma 14).

3- Quanto mais XGH você faz, mais precisará fazer.

Para cada problema resolvido usando XGH, mais uns 7 são criados. Mas todos eles serão resolvidos da forma XGH. XGH tende ao infinito.

4- XGH é totalmente reativo.

Os erros só existem quando aparecem.

5- XGH vale tudo, só não vale dar o toba.

Resolveu o problema? Compilou? Commit e era isso.

6- Commit sempre antes de update.

Se der merda, a sua parte estará sempre correta.. e seus colegas que se fodam.

7- XGH não tem prazo.

Os prazos passados pelo seu cliente são meros detalhes. Você SEMPRE conseguirá implementar TUDO no tempo necessário (nem que isso implique em acessar o BD por um script malaco).

8- Esteja preparado para pular fora quando o barco começar a afundar… ou coloque a culpa em alguém ou algo.

Pra quem usa XGH, um dia o barco afunda. Quanto mais o tempo passa, mais o sistema vira um monstro. O dia que a casa cair, é melhor seu curriculum estar cadastrado na APInfo, ou ter algo pra colocar a culpa.

9- Seja autêntico, XGH não respeita padrões.

Escreva o código como você bem entender, se resolver o problema, commit e era isso.

10- Não existe refactoring, apenas rework.

Se der merda, refaça um XGH rápido que solucione o problema. O dia que o rework implicar em reescrever a aplicação toda, pule fora, o barco irá afundar (Vide Axioma 8).

11- XGH é totalmente anárquico.

A figura de um gerente de projeto é totalmente descartável. Não tem dono, cada um faz o que quiser na hora que os problemas e requisitos vão surgindo (Vide Axioma 4).

12- Se iluda sempre com promessas de melhorias.

Colocar TODO no código como uma promessa de melhoria ajuda o desenvolvedor XGH a não sentir remorso ou culpa pela cagada que fez. É claro que o refactoring nunca será feito (Vide Axioma 10).

13- XGH é absoluto, não se prende à coisas relativas.

Prazo e custo são absolutos, qualidade é totalmente relativa. Jamais pense na qualidade e sim no menor tempo que a solução será implementada, aliás… não pense, faça!

14- XGH é atemporal.

Scrum, XP… tudo isso é modinha. O XGH não se prende às modinhas do momento, isso é coisa de viado. XGH sempre foi e sempre será usado por aqueles que desprezam a qualidade.

15- XGH nem sempre é POG.

Muitas POG’s exigem um raciocínio muito elevado, XGH não raciocina (Vide Axioma 1).

16- Não tente remar contra a maré.

Caso seus colegas de trabalho usam XGH para programar e você é um coxinha que gosta de fazer as coisas certinhas, esqueça! Pra cada Design Pattern que você usa corretamente, seus colegas gerarão 10 vezes mais código podre usando XGH.

17- O XGH não é perigoso até surgir um pouco de ordem.

Este axioma é muito complexo, mas sugere que o projeto utilizando XGH está em meio ao caos. Não tente por ordem no XGH (Vide Axioma 16), é inútil e você pode jogar um tempo precioso no lixo. Isto fará com que o projeto afunde mais rápido ainda (Vide Axioma 8). Não tente gerenciar o XGH, ele é auto suficiente (Vide Axioma 11), assim como o caos.

18- O XGH é seu brother, mas é vingativo.

Enquanto você quiser, o XGH sempre estará do seu lado. Mas cuidado, não o abandone. Se começar um sistema utilizando XGH e abandoná-lo para utilizar uma metodologia da moda, você estará fudido. O XGH não permite refactoring (vide axioma 10), e seu novo sistema cheio de frescurites entrará em colapso. E nessa hora, somente o XGH poderá salvá-lo.

19- Se tiver funcionando, não rela a mão.

Nunca altere, e muito menos questione um código funcionando. Isso é perda de tempo, mesmo porque refactoring não existe (Vide Axioma 10). Tempo é a engrenagem que move o XGH e qualidade é um detalhe desprezível.

20- Teste é para os fracos.

Se você meteu a mão num sistema XGH, é melhor saber o que está fazendo. E se você sabe o que está fazendo, vai testar pra que? Testes são desperdício de tempo, se o código compilar, é o suficiente.

21- Acostume-se ao sentimento de fracasso iminente.

O fracasso e o sucesso andam sempre de mãos dadas, e no XGH não é diferente. As pessoas costumam achar que as chances do projeto fracassar utilizando XGH são sempre maiores do que ele ser bem sucedido. Mas sucesso e fracasso são uma questão de ponto de vista. O projeto foi por água abaixo mas você aprendeu algo? Então pra você foi um sucesso!

22- O problema só é seu quando seu nome está no Doc da classe.

Nunca ponha a mão numa classe cujo autor não é você. Caso um membro da equipe morra ou fique doente por muito tempo, o barco irá afundar! Nesse caso, utilize o Axioma 8.

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